Estudantes do curso técnico de Meio Ambiente da Escola Técnica Estadual (Etec) de Cubatão (SP) desenvolveram uma solução para problemas do ambiente urbano: criaram um sabonete que serve para reciclar o óleo usado para fritura e ainda combate ao mosquito Aedes Aegypt. Para desenvolver o sabonete repelente, o grupo formado pelos alunos Isaias Lima, Marcelo Jessen e Raphael Pupo teve orientação do professor André Vicente. O projeto venceu a edição de 2017 do prêmio da Escola Superior de Engenharia e Gestão (Eseg), na categoria Saúde. A eficácia do sabonete está sendo avaliada neste mês.
No começo do processo de desenvolvimento do sabonete repelente os alunos precisaram visitar o Jardim Rio Branco, em São Vicente, litoral paulista, e então vieram as ideias. “Quando iniciamos o projeto, traçamos como diretrizes a mitigação de impactos ambientais e um trabalho de ação social. Assim, desenvolvemos também um produto acessível à comunidade”, explica um dos integrantes do grupo, Marcelo Jensen.
“Pesquisamos os problemas que afetam as comunidades carentes de nossa região e chegamos ao descarte incorreto de óleo de cozinha. Depois, à grande proliferação de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Então juntamos as duas”, completa Jensen.
Pesquisa – Identificados os problemas, os alunos fizeram pesquisas sobre as propriedades repelentes encontradas na natureza que poderiam ser acrescentadas ao sabonete. Com ajuda de bibliografia e contatos com moradores de reservas indígenas, encontraram duas plantas nativas da Mata Atlântica que poderiam ser utilizadas. Além de ser do bioma regional, elas possuem óleos essenciais de propriedades repelentes: a pariparoba e a pitanga.
Os estudantes buscaram ervas que pudessem ter seus óleos essenciais extraídos sem a necessidade da adição de solventes. Outro detalhe interessante do sabonete é que ele não tem soda cáustica em sua composição.
Segundo o “Guia de Plantas Medicinais de A a Z”, a pariparoba (Piper umbellatum) também tem outros benefícios para a saúde. “A planta age contra resfriados e asma e também contra os males do fígado e baço, aliviando azia, úlceras e hemorroidas. Mastigar a raiz alivia dor de dente”, informa o guia.
Já sobre a pitangueira (Stenocalys michelli) a utilização indicada é: “contra diarreia em crianças, bronquite, febre e ainda abaixa a pressão. É calmante infantil e bom para os nervos. E, sua fruta não tem contraindicação, além de ser bastante usada em sucos e geleias”.
Fonte: Redação Revista H&C